Os meios de hospedagens podem se diferenciar por inúmeros fatores, como preço, serviços oferecidos, design, equipamentos e ambiente. O tamanho de um hotel, o perfil de público que este recebe e até sua localização, entre outros itens, definem sua categoria.
De acordo com o SBClass (Sistema Brasileiro de Classificação dos Meios de Hospedagem) hoje no Brasil há há sete categorias de meios de hospedagem, sendo hotel, resort, hotel fazenda, cama e café, hotel histórico, pousada e flat/apart-hotel. Entretanto, com a crescente expansão do setor, mais um tipo de hotel está sendo cotado para ingressar nesse sistema: o hotel boutique.
Mas o que ele oferece? Quais são seus diferenciais perante aos meios tradicionais? A gente te conta tudo isso e muito mais, aqui e agora! Confira:
O primeiro hotel boutique surgiu por acaso na década de 80, nos Estados Unidos, a partir da remodelação do Clift Hotel (São Francisco) por Ian Schager. O objetivo era manter as principais características do espaço, porém inserindo um design especial, elevando seu nível de estilo e decoração, e consequentemente, tornando-o mais aconchegante e com um estilo mais informal.
Mas foi em 1984, também nos Estados Unidos, que Steven Rubell sugeriu o termo. Ao ser perguntado sobre seu novo empreendimento, o Morgans em Nova York, disse que seu hotel era uma pequena boutique, ao contrário dos concorrentes, que mais pareciam lojas de departamentos.
No Brasil, o conceito de hotel boutique chegou na década de 90 pelo empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras. A primeira unidade adepta a proposta foi o Hotel Emiliano, inaugurado na Rua Oscar Freire, no Jardins, em São Paulo.
Segundo o autor Campos (2005), a ideia inicial dos hotéis boutique era atrair o chamado segmento dos quatro M: movie, music, model e money. Para os criadores do estilo, o denominador comum é o estilo de vida das pessoas desses segmentos quatro M, que é contrário à rigidez dos hotéis convencionais. No conceito original, o design é avançado, os funcionários têm a aparência de manequins, falam diversos idiomas e conhecem antecipadamente os costumes e desejos dos hóspedes.
Ao escolher um destino, a grande maioria dos turistas busca vivenciar uma experiência única, hospedando-se com qualidade e conforto. Por isso, o público das gerações X e Y é o principal target dos hotéis boutique, já que está ligado nas tendências e tem uma relação próxima com tecnologia, arte, gastronomia, moda e design.
Ao entender esse comportamento e sabendo que as pessoas estão dispostas a investir neste tipo de turismo, com alto nível de exclusividade, personalização e atendimento, há a oportunidade de trabalhar um nicho de mercado específico, a fim de satisfazer esse público seleto, e consequentemente conquistar boas vantagens competitivas.
Por isso, um hotel boutique se diferencia em:
Costumam ser pequenos e com poucos quartos, mas possuem uma identidade própria. Alguns podem estar sediados em prédios antigos, como casarões históricos e castelos. Mas, apesar de estarem localizados nesses espaços, possuem infra-estruturas modernas e estão equipados com todas as tecnologias que os hóspedes precisam para ter uma excelente estadia.
Sua decoração é um caso à parte, onde o luxo, o requinte e o bom gosto marcam presença estampados em peças únicas. Em alguns casos, seus quadros e objetos são colocados à venda.
A ênfase no design intimista é uma das principais premissas desse tipo de hospedagem. Neste tipo de estabelecimento, preza-se pela privacidade. E justamente por isso, entre outros motivos, outro ponto que merece destaque é a ausência de espaços para eventos, a fim de manter a intimidade de cada indivíduo.
Ao contrário de grandes redes de hotéis, o hotel boutique comporta poucas pessoas, e por isso, o padrão de atendimento é alto. É possível prestar um atendimento individualizado para cada hóspede, e dessa forma, suas necessidades são atendidas prontamente e com excelente nível de satisfação.
Além disso, alguns deles contam até com um concierge exclusivo para atendimento imediato. Esse profissional está designado a providenciar serviços como compra de ingressos, reservas de restaurantes, agendamento de passeios, entre outras funções que facilitam a estadia e o entretenimento desejado pelos hóspedes.
Um hotel boutique precisa ter flexibilidade para personalizar o que oferece, a fim de agradar seu visitante. Por isso, conhecer o perfil e as preferências dos hóspedes faz toda a diferença. Promover uma exposição de arte, oferecer um jantar com renomados chefs de cozinha, sessão de relaxamento e tratamentos de beleza, programação de música em um espaço lounge, são alguns dos exemplos que podem ser aplicados para surpreender quem busca luxo, conforto e exclusividade.
A prova de que o hotel boutique possui grande procura é o clube de vantagens “Circuito Elegante”. Há quinze anos no mercado, é uma associação de viajantes exigentes que conta com a maior seleção de estabelecimentos de hospedagem do Brasil. Estes passam por rigorosas avaliações antes de integrarem a seleta lista de locais considerados “de primeira”. Além de benefícios exclusivos e atendimento personalizado nesses estabelecimentos. O que eles procuram em comum? Excelente qualidade nos destinos para onde vão!
Apesar de ser um conceito relativamente novo, o hotel boutique faz sucesso no mundo todo. Na África do Sul temos o Tintswalo Lodges, em Melbourne, está localizado o Lindrum Hotel, em Paris, o Le Cinq Codet, e em Washington, o The Darcy Hotel.
Apesar de em alguns lugares ainda ser pouco difundido, aqui no Brasil tradicionais destinos como a Serra Gaúcha (RS), Búzios (RJ), Trancoso (BA), Jericoacoara (CE), São Paulo (SP), entre outros, já contam com empreendimentos dessa categoria.
Está claro que para um hotel boutique ter sucesso, é fundamental que seus gestores invistam em serviços especiais, personalizados, e que além de todo o ambiente ser formatado a altura para receber hóspedes exigentes, seus colaboradores também tenham o mesmo nível de preparo.
Apesar dos hotéis boutique serem um modelo específico de hospedagem, algumas práticas desse conceito, como o atendimento exclusivo e personalizado, por exemplo, podem e devem ser apostadas nos meios tradicionais. Essa com certeza é a pegada do futuro do setor hoteleiro.
Conhece algum modelo de hospedagem curioso? Conta pra gente se tem algum que você quer ver aqui no blog!
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