Que a hotelaria tem lá seus defeitos todo mundo sabe. E essa má fama, muitas vezes acaba assustando, e até afastando as pessoas. Mas por trás desse mercado que exige muito de seus profissionais, existem muitas surpresas.
E foi pensando nisso que desenvolvemos este conteúdo.
Conversamos com 5 hoteleiros reais com perfis diferentes. São donos de hotéis, pousadas e hostels, com muito e pouco tempo de experiência. Pedimos para que eles contassem um pouquinho da vivência deles nesse setor. O que gostam e o que não gostam na profissão, histórias, fatos curiosos, enfim, que compartilhassem um pouco sobre a experiência de ser hoteleiro.
A ideia é que através desse conteúdo possamos inspirar outros hoteleiros por aí, e mostrar um lado da hotelaria que poucos conhecem.
O resultado disso? Confira você mesmo as seguir!
“Minha curta experiência, cerca de 5 anos, mostra-me que ser hoteleiro é um mix de emoções. E ainda bem que, em sua grande maioria, emoções positivas. Percebi que a parte negativa só vai existir se deixarmos de cumprir com nossas obrigações ou deixar de praticar a excelência no que fazemos!
Fico extremamente realizado ao receber elogios pelo café da manhã, já que amo essa relação com comida; Outro ponto que me deixa super feliz é ver nossos hóspedes andarem descalços na parte interna do hotel. É a prova maior que eles sentem-se em casa e, acima de tudo, confiam em nossos serviços de limpeza e higiene.
Histórias acontecem aos montes: tem a japonesa que atravessou o mundo pra assistir a um show do Skank aqui na cidade, tem a família de ciganos que queria hospedar 5 pessoas em um apartamento com uma única cama de solteiro e tem o trabalhador que exagerou na bebida e perdeu o trabalho e o voo de volta pra casa.”
“Nos aventuramos na hotelaria a pouco mais de 6 meses, porém já temos uma boa noção do que é participar desse ramo. Ter uma pousada pode ser comparado a quando você prepara sua casa para receber aqueles parentes que vem de longe, ou amigos que vão passar um tempo na sua casa. Você arruma o quarto de visitas, prepara um café, um lanche da tarde de boas-vindas e fica aquele clima agradável e descontraído!
Receber pessoas num momento em que elas se planejaram para sair de casa para descansar, passear, relaxar, com certeza é muito mais prazeroso do que ter um comércio, onde seu cliente vai apenas por acasos ou obrigações.
Engana-se quem acha que ter uma pousada é sinônimo de aposentadoria. Muito pelo contrário, a energia e disposição para que tudo aconteça como você planeja e seus clientes esperam, tem que ser muita. Você abre mão dos feriados, dos finais de semana, perde compromissos com amigos e família, e não tem horário de descanso. Mas tudo isso em troca de poder proporcionar aos seus hóspedes uma boa experiência.
Vai ser normal você se pegar conversando com os clientes como se fossem amigos a anos. Assim como você vai se assustar com aqueles que fazem um barulho a mais, e ter que educadamente pedir silêncio, ou aqueles que comem demais e ter que se virar para fazer mais. Uns mais bagunceiros, outros organizados… enfim, recebemos todos os tipos de pessoas, mas todas com o mesmo objetivo: ter novas experiências e momentos de alegria!
No final os clientes viram seus amigos, e quando se der conta a pousada vai virar a casa de praia ou de campo deles. Para quem tem disposição, energia e a hospitalidade brasileira, com certeza eu recomendo o prazer de fazer parte do ramo hoteleiro.”
“Bom tenho 5 anos de hoteleiro e foi por acaso que entrei nesse ramo. É que cheguei aqui na Chapada dos Veadeiros procurando um lugar para alugar e morar, e de repente em um bate papo com os proprietários de uma pequena pousada, eles me ofereceram, em vez de um quarto, uma pousada inteira.
No momento tomei um susto, mas na mesma hora pensei, tá aí um desafio! E pronto, aceitei. Hoje já tenho 02 pousadas com ótimos comentários na Internet, e sempre chegando mais gente com suas estórias e jeitos fabulosos.
A grande maioria tornam-se amigos, e o que devemos fazer é receber as pessoas com amor, respeito e carinho. Eles vieram para relaxar e nós tomamos conta disso. Tenho na parede e no site a seguinte frase: Seu lar longe de casa.”
“Acredito que para entrar no mundo da hotelaria você precisa, antes de mais nada, gostar de pessoas, pois são elas que movimentam essa “indústria maluca”.
Estou nesse ramo há uns 6 anos mais ou menos, e nesse tempo o que posso afirmar é que as pessoas são verdadeiras caixinhas de surpresas. Quando alguém escolhe se hospedar com você, este carrega uma bagagem gigantesca de sentimentos, que muita vezes, nem se imagina. Mas você como anfitriã, se torna, mesmo que indiretamente, responsável por corresponder ou não as expectativas – que são as mais variadas possíveis!
Ser hoteleiro, é ser um agente capaz de produzir sorrisos e boas lembranças. Mas não são só de bons momentos que se vivem. Existem situações que você cansa, que as pessoas te levam ao stress quase que absoluto, pelo simples fato de não lerem corretamente as informações. Mas acredito que lidar com pessoas, é um aprendizado diário, no qual a hotelaria pode nos proporcionar.”
Pensa numa coisa improvável. Pensou? Pois eu vou contar a minha história e você vai ver que nesta vida tudo é possível. Eu nasci filha de um operário de fábrica em São Paulo. Metalúrgico. Estudei em escola pública e fui fazer Jornalismo na particular. Me formei, trabalhei e terminei meus dias profissionais concursada na Assessoria de Imprenssa de uma prefeitura, onde me aposentei há 3 anos.
Beirando os 60 anos eu pensei: agora vou aproveitar a vida a começar pela limpeza das gavetas. Não levou nenhuma semana e eu já estava me envolvendo em outra ocupação. As gavetas continuam do mesmo jeito que estavam. E eu? VIREI EMPRESÁRIA.
Estão pensando: Noooooosssaaaa, ela deve ser uma grande empreendedora. Ledo engano. É que nos meus 20 anos como funcionária pública, me envolvi com o setor de Turismo (foi presidente do COMTUR umas 6 vezes) e gostei da brincadeira. Fiz curso de Turismo Rural, participei de feiras, simpósios, congressos, enfim, quem via, pensava que eu era do ramo. Aliás, fiquei conhecida na região por isso.
Aí, um dia, reencontrei uma velha fazendeira, que nos meus tempos de COMTUR, abriu uma pousada na fazenda histórica da família. Ela passou dos 80 e pensou: preciso de alguém pra me suceder, que goste disto aqui como eu gosto. Sobrou pra mim. Eu recusei de primeira, mas ela foi me ganhando pela curiosidade. Como seria essa jornalista aposentada na posição contrária que sempre teve? Resolvi topar o desafio e entrei de cabeça com os bolsos vazios. Eu e meu marido, que é advogado, decidimos enfrentar essa novidade, pra não perder a oportunidade que, como se diz aqui no interior, …”passa em cavalo arriado só uma vez…”
Sem recursos e com uma grande expectativas, começamos com a cara, a coragem e um ingrediente especial: a simpatia. Sem ar condicionado, sem TV a cabo, com uma internet de 3 megas, com aparelhos TV de tubo, começamos a atender nossos hóspedes como se eles estivessem se hospedando em nossa casa. Deu medo, vai que o cliente prefere se hospedar onde não seja tratado com os mimos da casa?
Nos primeiros dias de trabalho, percebi que meu método de gerenciamento era jurássico (anotava tudo numa folhinha que ganhei no supermercado). Senti necessidade de procurar algo, digamos, mais profissional. Aí, conversando com a antiga gerente, ela me falou da Hospedin. Achei interessante e entrei em contato por telefone. Desde o primeiro dia senti que o caminho era esse mesmo. O atendimento que eu tive e tenho é tão especial que eu fico me achando.
Como toda mulher com mais de 50, eu tenho lá minhas limitações com a tecnologia mas enfrentar mais este desafio tem sido motivo de muita alegria pra mim. Eu sinto que sou mais capaz do que imaginava. Ninguém me zoou nas inúmeras vezes que eu pedi socorro pelo whatsapp, e isso já foi uma grande vitória.
Nossos primeiros hóspedes foram uns religiosos radicais, rezando em latim. Sem rádio, sem TV, sem internet, sem música, sem brincadeiras, sem piscina, enfim, começamos com o mais difícil. Foram 4 noites sem dormir, acordando as 5hs da manhã e indo deitar a 1h da madrugada. Prova de fogo. Parecia que nada que a gente fizesse ia agradar aquele povo (famílias compostas de pai, mãe e 10, 12 filhos). Fomos do céu ao inferno diversas vezes. Jurei por Deus que nunca mais. Ia devolver a pousada. Mas aí começaram a aparecer outros hóspedes e nossos finais de semana nunca mais foram os mesmos. A cada grupo uma surpresa.
Foram muitas as aventuras neste paraíso. Aventuras que envolveram animais de estimação, visto que a pousada recebe animais acompanhados dos donos e eles ficam livres e soltos por aqui sem nenhum constrangimento. São mais ordeiros que muitas crianças.
Mas o que nos marcou e nunca mais vamos esquecer foi o réveillon de 2017. Decidimos não promover nenhum evento nesta data, mas como eu e meu marido passaríamos a virada na pousada (trabalhando), decidimos oferecer aos hóspedes um espumante, uns canapés e a nossa companhia na passagem para o novo ano.
A pousada estava quase cheia. Vieram hóspedes de diversos lugares. Pessoas muito diferentes com diferentes expectativas. Uns queriam fugir das festividades e poupar os pets dos fogos de artifício. Outros queriam um lugar pra dormir depois da balada na cidade. Tudo foi normal até que uma família me disse que tinha comprado uma torta de camarão pra comer na virada. Pediram pra agregar a torta aos nossos canapés, daí, foi como um rastilho de pólvora. Um contou para o outro e até os que iriam pra balada, decidiram ficar. Teve um casal bem jovem (pele tatuada e cabelos ruivos), despediu-se e foi pra balada. Uma hora depois estavam de volta. Imaginaram que aqui seria muito mais interessante.
Conclusão, naquela noite entendemos porque deixamos nossa aposentadoria de lado, nossos planos de viagens e limpeza nas gavetas. Nossa missão é conhecer gente e acolher com respeito e dedicação.
Leia também: Hotelaria: tudo que você precisa saber
Quanta coisa a hotelaria tem por trás dos bastidores, não é mesmo? Garanto que você como hoteleiro também deve ter vivido poucas e boas. Que tal compartilhar sua história também? Escreve pra gente aqui nos comentários!
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BOM TRABALHO JESSICA! É ISSO MESMO, CADA HOSPEDE UMA EXPERIENCIA! JA QUE VOCE ADENTRA NO RAMO, GOSTARIA DE LER ALGUMA COISA COM REFERENCIA AS DIFICULDADES DA MAO DE OBRA NA HOTELARIA, ALGUM PALESTRANTE NO ASSUNTO E ORIENTAÇÕES PARA CAMAREIRAS E RECEPÇÃO DE HOTEL.... O MAO DE OBRA DIFICIL! ...
Que bom que gostou do artigo Iovani! Realmente encontrar mão de obra qualificada na hotelaria é uma missão difícil. Vou anotar sua sugestão para próximos conteúdos, e deixo aqui alguns posts sobre o assunto que podem lhe ser úteis: https://blog.hospedin.com/category/colaboradores/
Grande abraço!
Depois de Algumas experiencias em outras profissões ,trabalhar com hotelaria esta sendo a melhor que já tive.é muito gratificante você receber um elogio por um ato que para você foi tão simples .os primeiros hóspedes que recebi me trataram tão bem que isso serviu de escola EU PRECISO TRATAR OS MEUS HÓSPEDES TÃO BEM COMO ELES NUNCA FORAM TRATADOS .
Depois de Algumas experiencias em outras profissões ,trabalhar com hotelaria esta sendo a melhor que já tive.é muito gratificante você receber um elogio por um ato que para você foi tão simples .os primeiros hóspedes que recebi me trataram tão bem que isso serviu de escola EU PRECISO TRATAR OS MEUS HÓSPEDES COMO ELES NUNCA FORAM TRATADOS . https://uploads.disquscdn.com/images/3cc5dfc130014122c5f16bec169806ca27b5e9e089f019180469ef0bded1ab5d.jpg https://uploads.disquscdn.com/images/0507cc30254789842fbde060a4a5248c8cde06da7ff3c77766e85d15bccdf910.jpg https://uploads.disquscdn.com/images/bf24e4019d15c41455353e74b6711de5e49b0057b828db2b590ac164743bd825.jpg https://uploads.disquscdn.com/images/277ea8822188ee2ab386c3846152b4d259e686e6c95464082d99d8ad0d6da8d5.jpg
Muito legal ouvir sua história também Marlene. Tenho certeza que você está fazendo um ótimo trabalho com seus hóspedes. Sucesso na trajetória! ??
Eu trabalho em auditoria noturna há 18 anos, cargo de grande responsabilidade pois é de responsabilidade do auditor fazer o balancete de todo o hotel e gerar relatórios gerenciais e financeiros para a tomada de decisões