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Tempo de leitura: 3 minutos

Acessibilidade em hotéis: garantindo inclusão e cumprindo as normas

Por: Julia Lopo

A acessibilidade nos meios de hospedagem é uma exigência legal e uma oportunidade de ampliar o alcance do público atendido.

O Decreto 9.296/2018, que regulamenta o artigo 45 da Lei Brasileira de Inclusão (LBI), estabelece padrões claros para garantir que os hotéis ofereçam condições de conforto, segurança e autonomia para todos os hóspedes, independentemente de suas condições físicas ou sensoriais.

Complementando essa regulamentação, o Decreto 11.303/2022 ampliou os prazos de adequação para estabelecimentos mais antigos, reforçando a importância desta prática para a hotelaria.

Neste sentido, é importante estar atento a acessibilidade no setor e quais normas já estão em vigência
e podem ser incluídas no seu hotel ou pousada. Continue a leitura e confira neste artigo!

O que diz o Decreto 9.296/2018?

Para contextualizar, o Decreto 9.296/2018 define critérios de acessibilidade de acordo com a data de construção ou aprovação do projeto da hospedagem.

Para empreendimentos construídos até 29 de junho de 2004:

  • Exigido que 5% das suítes sejam totalmente acessíveis, enquanto outras 5% devem oferecer recursos básicos de acessibilidade;
  • Necessário disponibilizar tecnologias assistivas, como dispositivos de audiodescrição e alarmes visuais;
  • É preciso garantir acessibilidade essencial nas áreas de uso comum, considerando a razoabilidade nas adaptações.

Para esses estabelecimentos, o prazo final para adequações foi estendido para 3 de dezembro de 2024.

Já para hotéis construídos entre 30 de junho de 2004 e 2 de janeiro de 2018:

  • Exigências semelhantes em relação às suítes acessíveis e aos recursos assistivos. No entanto, não há concessões em relação à quantidade de suítes acessíveis;
  • As áreas de uso comum devem ser plenamente adaptadas.

O prazo final para esses estabelecimentos foi definido como 1º de março de 2022.

Por outro lado, hotéis com projetos aprovados a partir de 3 de janeiro de 2018 devem atender a critérios ainda mais rigorosos:

  • Com exigência de 5% das suítes totalmente acessíveis e 95% adaptadas com recursos parciais;
  • Ambientes e áreas comuns completamente acessíveis, sem concessões.

Outro ponto importante é o conceito de razoabilidade, introduzido pelo Decreto 9.296/2018.
Essa abordagem permite adaptações proporcionais às limitações estruturais de hotéis mais antigos, desde que justificadas tecnicamente.

Isso significa que os estabelecimentos podem buscar soluções viáveis para atender às normas sem comprometer a acessibilidade essencial

A acessibilidade como um diferencial

Além das obrigações legais, a acessibilidade tornou-se um diferencial estratégico na era da experiência. Hoje, os consumidores não buscam apenas produtos ou serviços, mas momentos memoráveis e personalizados que atendam suas necessidades emocionais e sociais.

Nesse contexto, hotéis que oferecem experiências inclusivas e acessíveis se destacam, atendendo a públicos diversos, como pessoas com deficiência, idosos, gestantes e famílias com crianças.

Garantir acessibilidade não apenas amplia o público-alvo, mas também reforça a imagem da hospedagem como um empreendimento comprometido com a diversidade e a inclusão.

A reputação digital também é impactada pela acessibilidade. Muitos viajantes recorrem a sites de busca e plataformas de avaliação, como Google e TripAdvisor, para verificar se o hotel ou pousada atendem às suas necessidades antes de fazer uma reserva.

Além disso, a exposição nas redes sociais é um fator crucial. Avaliações negativas de hóspedes que enfrentaram dificuldades por falta de acessibilidade podem prejudicar a imagem do hotel, enquanto avaliações positivas e compartilhamentos de experiências inclusivas ajudam a atrair novos clientes e fidelizar aqueles que já passaram pelo local.

Por onde começar?

Investir em acessibilidade vai além do cumprimento de normas; é um compromisso ético, uma estratégia para melhorar a experiência dos hóspedes e fortalecer a marca do meio de hospedagem.

A conformidade legal evita multas e processos judiciais, enquanto a adaptação amplia o público e valoriza o empreendimento. Como dito anteriormente, hotéis acessíveis têm maior potencial de receber avaliações positivas, ganhar destaque em redes sociais e fidelizar clientes.

Se o seu meio de hospedagem ainda não está adaptado, agora é o momento de agir.

Realize um diagnóstico detalhado, elabore um plano de ação e implemente as mudanças necessárias. Afinal, investir em acessibilidade é investir em um futuro mais inclusivo, onde todos possam desfrutar de suas estadas com conforto, segurança e autonomia.

Conheça a Julia

Arquiteta, designer de interiores e mestranda em Ergonomia, com mais de 15 anos de experiência e 13 anos de especialização em acessibilidade. Julia Lopo já projetou mais de 300 mil m² em acessibilidade, atendendo a mais de 150 clientes em diversos estados do Brasil. Com atuação presencial e online, transformo ambientes, unindo funcionalidade, beleza e inclusão.

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